"A cada dia meu jardim interior floresce, sinto brilho em meu olhar.

Tudo parece belo e inquietante, como se amar fosse prazer e dor.

Olho para mim mesma e não me reconheço, na mulher plena que está diante de ti.

E lamento cada hora perdida na busca dessa vivência conjunta tão instigante.

Nas inúmeras horas que vivi sem ti, não te conhecendo.

Menino, criança, homem, amor, qual será teu real nome?

É tudo tão novo e intenso quanto a aflição das horas sem ti... 

Teu sorriso lindo, tão espontâneo, teu cantar, tua dança envolvente...

Onde está a sensatez ou o medo que sempre nos aconselha a fugir dos reais sentimentos?

Como querer ter a vontade de fazer coerência cartesiana em meio a tanta emoção?

Cada momento vivido é uma cápsula de tempo guardada dentro do livro áureo da existência.

É possível fugir do amor? É possível fugir deste especial amor?

Se é assim, como entender tanta beleza na poesia e na música das grandes lembranças?

Amar-te assim me traz renovação e esperança. 

A certeza de que viver pode ser tão surpreendente, diferente de tudo já vivido.

Revertendo a lógica das condições pré-estabelecidas e dos modelos aprovados.

Sim, com certeza quero cumprir esse sonho absurdamente real,

Que me faz renascer a cada dia, que rejuvenesce a mulher e a transforma em menina, criança, adolescente...

Mesmo sabendo que o temível momento da razão vai chegar e me fará refletir

E então, tristemente concluir que por mais belo e puro o sentimento,

Não somos livres nem suficientemente fortes para quebrar as barreiras do tempo e da lógica da vida.

E que não temos o direito de ter para si o que não está destinado para ser nosso!

E te ver partir sem nada poder fazer, senão transformar esse amor.

Guardá-lo encantado dentro de mim, intacto, mas sem poder agir.

Pois esse é o verdadeiro e puro amor!"

Diana Esnero
Enviado por Diana Esnero em 15/07/2009
Reeditado em 16/07/2009
Código do texto: T1701647
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