REFLEXÕES A RESPEITO DO AMOR

“Pergunto-Me porque o laço do amor foi tão abruptamente cortado e o firme convênio da amizade rompido. Acaso alguma vez - Deus o proíba! Teria Minha devoção diminuído, ou Minha profunda afeição minguado, para que dessa maneira Me esquecesses e Me apagasses de seus pensamentos? ... Ou será que uma única flecha te afastou da batalha?” - Os Quatro Vales

Levamos a vida toda para aprender algo, com cuja capacidade nascemos inerentemente: Amar. Passamos a vida aprendendo o amor. E a vida, passa todo o seu tempo nos ensinando a amar.

E quando pensamos que já sabemos ao menos um pouco, de novo temos que recomeçar a aprender. E mais uma vez... E descobrimos que durante a vida, muitas pessoas nos inspiram amor. Descobrimos que amar não é assim tão difícil, ou tão misterioso... Nem definitivo. Conseguimos estabelecer contato, e até diferentes níveis de encontros de nossas almas, com outras almas.

Mas perguntava-me então, por que com algumas pessoas estabelecemos uma mágica diferente? A diferença não parece estar no grau de amor que as pessoas nos inspiram. O grande mistério parece estar no grau em que nos deixamos amar. Parece que somente a algumas pessoas dentre aquelas que amamos, permitimos que nos amem. Que se estabeleça uma ponte com nosso coração.
Por que quando amamos possuímos, mas quando nos permitimos ser amados, somos possuídos pelo amor. E nosso próprio amor, pode encontrar um eco.

Amar e ser amado, a maior experiência que um ser humano pode se permitir passar. E não é de amar que temos medo. Não é amar que nos assusta. Amar não dói. É tão bom, e alimenta a alma... Que engraçados somos... É de ser amados que nos guardamos. (Mas também não esquecemos). Permitir que alguém nos ame. Permitir que uma alma nos toque. Nos acaricie... Nos possua.

E só ser amado é que nos torna humildes. Amar nos faz grande. Amar é algo que sai de dentro de nós, e que precisamos construir e alimentar. Amar depende de nós. Ser amados não. Não está em nossas mãos. Mas permitir ser amados está. Aceitar o amor está em nossas mãos. E temos que ser humildes para aceitar o amor. O medo é de permitir algo cujo fluxo, intensidade ou interrupção, não esteja apenas em nossas mãos. E por esse medo, o de perder esse amor uma vez permitido, temos nos privado da mais maravilhosa e intensa experiência que o ser humano pode experimentar nesta Terra: Amar e ser amado ao mesmo tempo.
Atear fogo e incandescer.
Acenar com a luz, para ser iluminado.
Acenar com a vida para morrer.
Por que o amor sempre nos mata, para nos renascer de novo.

Permitir que dois Oceanos se encontrasse um com o outro.

E ficamos inventando desculpas, formulas, maneiras de dizer não.
Não é só para amar que precisamos ter coragem. (Somos seres criados para o amor. Mas só os fortes, somente os corajosos se permitem ser amados...
Amados.
Sem formulas pré-concebidas. Não da maneira que queremos, não do modo como entendemos amar.
Mas verdadeiramente acrescidos pelo amor de outro(s) ser(es).

De modo prático, isso muitas vezes significa:
Dar espaço.
Esvaziar gavetas.
Ver nosso silêncio invadido por novos sons.
Risos e roupas espalhadas. Talvez brinquedos e algumas vezes lágrimas.
Dar um lugar no armário, um espaço de nós mesmos.
Assusta.
Mas o resultado disso pode ser tão bom...

Oro a Deus, para que nos dê forças e coragem, de reconhecer e aceitar o amor. De sermos consumidos pelo amor. Incandescidos.


“Apesar de não ter recebido resposta alguma às minhas cartas, e ainda que renovar Minhas manifestações de estima seja contrário ao costume dos sábios, no entanto esse novo amor rompeu com todas as regras e os hábitos antigos”. Os Quatro Vales