O que fascina-me
Fascina-me a inocência, não a das crianças
Que são inocentes por ignorância
Fascina-me o sorriso no rosto de um estranho
A cumprimentar-me em uma estrada desconhecida
Também a boa vontade de homens rudes
Daquelas almas que não perderam o dom
De ser verdadeiros...
Do vizinho que empresta sabendo que
Não haverá reciprocidade.
Fascina-me a poesia do pescador, que vai ao mar
E quando volta sem peixes, não se desespera
E diz sem enfado que, amanhã o mar lhe será generoso
Fascina-me a pureza da prostituta, que vende seu corpo
Para pagar seus estudos, com intuito de no futuro
Se tornar mulher de um homem só e mãe de muitos filhos
Fascina-me a virilidade do espírito que buscar com afinco
Alcançar a saída do seu labirinto e viver aqui mesmo na terra
Enquanto fariseus hipócritas guiam homens como cegos
Para um abismo, que eles deram o nome de céu dos humildes.
Fascina-me, sobremodo perceber que homens
Dedicam suas vidas para que outros apreendam
A enxergar o que há de bom no mundo e nos livros.