Em versos...
Em versos, digo o que já não sei se sinto...
Tanto o tempo... Quanto o gesto... Viraram as folhas de Outono.
Em tuas mãos, as palmas... A salva de construções...
Queria encanto... Já não o tenho... Apenas escuto o teu cantar...
Falas baixinho, dizes que me amas... e eu aguardo o dia amanhecer.
Em versos, proponho-te o que dizes em notas... Cada palavra anotada... Cada sentido...
E as demais coisas que retalhas ficam sob o vento forte...
As palavras gastam-se, desfolham-se... Escuto, apenas, o teu dito...
Se é verdade... Ou se é falho... Apenas escuto o amor-rito...
Um dia, servirás o gole das letras... Encontrarei-te na casa de pedra...
Ou serei pedra...
Apenas escuto... Já não digo...
Porque silencio, quando desconheço...
Falas baixinho o teu amor... Mas, não faças da mentira o teu grito...
Serei poesia... Sereia... Serás meu mito...
Às vezes, acho que não sou o melhor para ti... Nem sempre sou o melhor de nada...
Rasgo a vida... Depois, eu costuro... Pirata.
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