Sobre nadar, voar, viver
Lembrei-me que notava a nata a sobrenadar no leite gordo da fazenda, e me veio uma saudade louca da infância. Quando as tristezas se resumiam a uma manhã de chuva que impedia o brincar no quintal, ou a grande desgraça da morte do peixinho do aquário.
E quantas vezes quis sobrevoar a terra para ver alguém distante, para matar uma saudade dolorida e funda, para que a visão de pássaro pudesse me trazer, além das nuvens, uma imagem conhecida mais para perto, enfim?
Hoje só busco sobreviver.