A menina feia,
Era magricela, de olhos vibrantes.
Cabelos esvoaçantes, sorriso amplo.
Rosto expressivo, covinhas nas bochechas.
De pés descalços, com seus velhos livros
de história recriava sua própria história.
A feiura da vida em seus sonhos se trans-
formava em letrinhas mágicas.
Ao ler as aventuras naqueles livros achados
ao acaso nas lixeiras devolviam lhe esperan-
ça.
Cada historía narrada naquelas folhas mal
cheirosas e sujas eram a porta para a me-
nina alçar voo.
Sonhava com príncipes, com uma casa quen-
tinha, com uma vida de oportunidades.
A fome já não lhe doia tão pouco a miséria
a pertubava.
A menina feia desabrochava na beleza das
letrinhas que a levavam por terras aonde
sonhar era possível.
_camomillahassan_