"Vaga"

Não atenda às minhas loucuras; se estas são – para você, estúpido; o vão entre a ficção e a vida.

Entenda-as como a coragem de repudiar a sua normalidade, a sua estranheza de homem comum.

A minha vida é justamente o limite que suplanta a existência de um louco, é o tablado onde encena a mais vivaz máscara. E sendo o cume da insanidade não há posto para lacaio são. Há sim, a morada de ébrios, a hospedagem de deuses suburbanos.

Eu sou a vivenda dos que vivem à margem da realidade, sou o sonho proibido dos que conservam o pudor obrigatório. Eu sou, para o desagravo daquelas, a que deseja o momento e nada mais. Eu sou, incondicionalmente, a vida vivida incessantemente.