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ONDE ESTÁS?
 
Há quanto tempo eu não te vejo!
Já não tenho mais esperanças
De ver-te entrar por aquela porta
E envolver-me com teu abraço forte,
Enlouquecer-me com teu beijo...
Falar-me de amor com antes,
Levar-me à lua, por instantes!

Aquela paixão ensandecida
Da qual éramos cúmplices,
Esfriou - com tantas idas...
O fogo que nos mantinha acesos,
E ao louco desejo, presos,
Apagou-se e não há nada
Que o faça reacender.
Mas eu ainda quero te ter.

As minhas noites são solitárias e frias...

A minha alma é vazia
Meu corpo, de amor sedento,
Ainda te busca em nossa cama
E minha voz, perdida no vento,
Por teu nome ainda chama.
Eu não sei o que é pior.
Se a falta que tu me fazes
Ou as lembranças que me trazes...

Quisera esquecer as loucuras que fizemos

Quando teu corpo cobria o meu
E esquecíamos o mundo lá fora,
Sem tempo, sem contar as horas!
Quisera não mais sentir
As tuas mãos descaradas,
Ensaiando uma escalada,
Vasculhando cada pedaço de mim
- que elas conhecem, de cor.

Quisera jamais ter vivido a paixão que vivemos!

Não me importa sair às ruas,
Como louca, de alma nua,
À tua procura!
Não me constrange a fraqueza
Evidente, que me faz cometer loucuras!
Percorro todos os lugares,
Na boemia dos bares
 Onde, por ventura,
Tu possas estar...

Pergunto ao pipoqueiro
Ao antigo mensageiro
Se acaso te viu passar!
E, na madrugada fria,
Volto p’ra casa, combalida,
Desesperada, sem saída

- para novamente te lembrar!