ALMAS TRANSFUGAS IN LOVE
 
O dia sete de novembro de 2007 foi um dia especial para Hellius e Luzbel, pois nesse dia, quando já se podia sentir a chegada e chamar de verão prematuro, numa tarde quente e ensolarada, finalmente eles se conheceram defronte de um campanário rústico às sombras de uma frondosa figueira.
Confesso que nesse encontro eles sentiram algo como uma magia que se alastrou pelas suas almas, e que prosperou por um bom tempo entre confissões de amor e afagos intermináveis.
Depois desse breve encontro, eles se moveram para as montanhas, ali bem perto, para que pudessem aspirar e captar as emanações do cosmo circundante que, naquela tarde, era favorável, e assim, eles foram envolvidos por algo maior que eles mesmos.
Passado alguns dias, empreenderam um bucólico passeio mais longo e romântico, foi quando no domingo desse mesmo mês, precisamente no dia onze de novembro ganharam as alturas das montanhas da serra, assim, atônitos pelo inebriante clima já adivinhavam um novo sentimento que estava querendo nascer.
Foi de uma pura magia e encantamento que esse encontro foi revestido, pois era visível neles a alegria, pareciam com almas trânsfugas do reino imponderável que acabavam de se encontrar aqui na terra como almas gêmeas e sôfregas.
À medida que a estação do verão avançava com o seu calor tépido e relaxante, avançava mansamente neles como um fogo consumidor e abrasador, as labaredas do inevitável amor que nascia graciosamente em seus corações e almas.
Desses momentos iniciais e vividos, dali em diante, acredito que poucas almas se amaram com tamanho desprendimento assim como eles, pois se amaram verdadeiramente, entregando-se por completo um ao outro.
O limite para eles era o céu, os passeios eram verdadeiras revoadas pelos paraísos terrestres, a alegria e o amor espargiam o mundo com cores mais vivas, era evidente que estavam numa outra dimensão, onde somente se sente os prazeres benéficos do amor comungado.
Eles viviam uma paixão sem fim.
O sorriso e a graça dessa menina mulher eram os enfeites do amor, tinha-se a impressão que a vida não terminaria nunca, e que o que estavam sentindo tinha algo de especial nunca antes encontrado.
Depois de certo tempo, as horas de amor eram intermináveis, a doçura e a afabilidade os envolviam de um halo santo e imponderável, pois o amor traçava neles os seus desígnios, pois eram expandidos até a infinitude em função tão somente das carícias dela.
Eles viveram um bom tempo mergulhado nessa harmonia no lago do amor, o mundo lhes pertencia, a alegria era contagiante, os sonhos flutuavam em suas almas, a cada dia que passava mais e mais se amavam imbuídos daquele sentimento soberano que os devorava graciosamente.
Mas, como diz o dito popular: “que não há bem que sempre dure e mal que nunca acabe”. Pois agora eu não sei e ninguém ficou sabendo por qual razão estúpida e ininteligível, fizeram com que as portas do inferno se virassem contra esse lindo amor.
Ficaram divorciados da vida e do amor por quase um ano, foram dias de sofrimento pela ausência imposta pelo destino. Felizmente, agora com todos os cuidados estão dando os primeiros passos, mas sempre temerosos, para ver se ainda é possível reconstituir aquele grande amor que passou como uma leve brisa de verão.
O que se pode notar é que, eles permanecem agrilhoados a esse sentimento blandicioso, o amor, mas forças estranhas tendem a separá-los sem um sentido razoável e humano.
Queiram ou não, eles são almas trânsfugas in Love que, apesar dos ruídos humanos, ainda se amam verdadeiramente e totalmente.
 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 06/07/2009
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