Fragmentos de sonhos...

Fragmentos de sonhos...

Delasnieve Daspet

Com um olho na janela outro na maleta aberta,

Arrumava tudo meticulosamente,

Com precisão matemática,

Assim como se nunca mais fosse retornar...

A noie chegou de mansinho,

Toldando o azul de negrume,

A lua se escondeu,

Fixei o olhar no teto,

E curtindo a dor,

Contava o tempo.

A vida segue...

Andei por campos verdes, verdes campos,

Em estrada que se insinuava suavemente,

Onde a lua minguante se esgueirava,

E um sol-por amarelo doirado chegava de mansinho,

Entres sorridentes e solitárias nuvens,

Que, esplendidas, voavam pelo céu...

Indiscritível a Criação!

Mas em meu interior, num calesdoscópio,

Sem fronteiras, vi que sobraram os sonhos,

A sobraçar-me...

Envolvendo, com os braços, o imenso vazio

Do vento que anda e que toma conta.

Devaneios...

Fragmentos de um sonho mal começado...

Campo Grande-MS, 2 de junho de 2006.

Delasnieve Daspet

Delasnieve Daspet
Enviado por Delasnieve Daspet em 03/06/2006
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