A DÍVIDA
Deve à ela uma taça de vinho das mais finas do rol das (des)esperanças; quebrada por seu descuido e garrafa rôta.
(O sangue do corte nos ajuntados cacos pensando ser dono!)
E ainda tem a necessidade dela para abrir-lhe as porteiras na vida...
"Ao quinto dos infernos", ouviu certa vez: "lugar dos seus sonos que somam fantasmas de intimidação..."
Raiz arrancada de gêmeo pulso; herança maldita no cuspe da mesma saliva. Peles iguais e o coração tão diferente!
Porque a infelicidade lhe é a companheira justa, mais todas as rejeições do amor possíveis, a enxerga para sua expiação pois que tem força...
"Não há como tornar à casa", ela lhe disse recente: "o espelho da infância que talvez permitisse acalmar os ânimos e refazer o trajeto já há muito na demolição!"
Resta ao homem se um pouco ao menos de decência lhe acene, afundar-se na velha alcunha de sua adolescência e crescer.