A DÍVIDA

Deve à ela uma taça de vinho das mais finas do rol das (des)esperanças; quebrada por seu descuido e garrafa rôta.

(O sangue do corte nos ajuntados cacos pensando ser dono!)

E ainda tem a necessidade dela para abrir-lhe as porteiras na vida...

"Ao quinto dos infernos", ouviu certa vez: "lugar dos seus sonos que somam fantasmas de intimidação..."

Raiz arrancada de gêmeo pulso; herança maldita no cuspe da mesma saliva. Peles iguais e o coração tão diferente!

Porque a infelicidade lhe é a companheira justa, mais todas as rejeições do amor possíveis, a enxerga para sua expiação pois que tem força...

"Não há como tornar à casa", ela lhe disse recente: "o espelho da infância que talvez permitisse acalmar os ânimos e refazer o trajeto já há muito na demolição!"

Resta ao homem se um pouco ao menos de decência lhe acene, afundar-se na velha alcunha de sua adolescência e crescer.

Naná Ilia
Enviado por Naná Ilia em 04/07/2009
Reeditado em 04/07/2009
Código do texto: T1682074
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