Avôzisse!

Caso sério: minha filha caçula e o avô. São carne e osso, são unha e cutícula, versões de si mesmos em preto e branco! Se entendem por olhar, por palavras obviamente, por gestos que significam pequenos segredos entre ambos. Ela chama, ele acode; ele clama ela socorre. Não há quem se encontre no caminho que seja impecilho: se é a ele que ela tem que ir, é a ele que ela vai! Ele, para ela é porto seguro, referência, colo garantido, reprimenda necessária. Mas é por ele, e não por mim, que ela acorda no meio da madrugada, em prantos, dizendo não querer que vá para outro canto, que seu lugar é perto dela. Por "vovozinho" o chama e tem resposta, por amigo considera e tem acolhida. Quem disse que a diferença numérica em aniversários separa as pessoas? Qual nada! Tudo o mais são desculpas patéticas... Que sirvam de exemplo. No auge do sono, não deixa de levar para ele o beijo que está guardado; o boa noite; o durma com os anjos e o Senhor o acompanhe. Cumplicidade separada por gerações! "Avôzisse e netice", surgidos no tempo, no espaço, no coração!