Meu, teu tempo...
Meu, teu tempo...
É teu meu tempo de espera
Que urge, ansiando...
Tempo que finda o percorrer
Esgota os sonhos que permeiam
Exaurindo o intrépido discorrer...
É teu meu tempo que seca
Deságua indelimitando...
É teu meu tempo que ousa seguir
Vagueando extenuando, árido de querer...
Despindo-se ante o causticante consumir.
É meu tempo que cede,
Rendendo-me condescendente
Sucumbindo ao cansar.
É meu tempo vagante
Que priva, gastando as horas.
Pairando meio ao indelineável.
É meu tempo o teu
Gasto, surrado, embotado.
É teu tempo o meu
Roto que se esfrangalha,
Tempo rompido em farrapos,
Tempo imemoriável
Atávico, claudicante
Tempo que socorre o desmedido expectar...