Assim de manhã, meu amor
Entro pela janela da manhã ainda sonolenta de teus beijos; inda há pouco te tinhas aconchegado a meu mundo. Não compreendem as horas que os amantes dormem debaixo dos lençóis? Quem acordou o sol?
E estendo os braços em busca de teu corpo para apagar o tumulto do meu. Sobreviventes de uma noite de amor, meus seios querem ser embebidos em teu olhar. Um silêncio se espalha na manhã... desmaiam os sons ante nossos beijos!... E treme o corpo das árvores escondendo as flores virgens de amores nas pétalas... O botões ainda não se abriram!... Diante da manhã, meu amante, tu vais descobrindo minha alma com tuas mãos!
Sutis, teus dedos viajam no limiar de meus gemidos. Juntam-se, separaram-se, nossos lábios em ondas de amor. E rolam os corpos por sobre a cama murmurando compromissos eternos de paixão. Um arrepio me consome de prazer, quando soltas minha boca e vais mordiscar meu pescoço. Grito que sou tua para todo o sempre!
E só resta a meu corpo no teu corpo fingir que ainda não amanheceu... Enquanto fora de nosso mundo o vento canta nas palhas da palmeira!...