LABIRINTO

Atropelos e ideais insidiosos,

Levaram-me a desterros e desertos,

Ilhas e trilhas.

Muros se fechavam ou bifurcavam-se;

Adiante, multiplicavam-se em novos muros.

Era o círculo vicioso de alamedas estreitas e sombrias.

Crendo caminhar por atalhos,

Vi-me metido nas entranhas de um labirinto,

Recomeçando sempre que imaginava terminar.

Rodeado de certezas, quase sempre incertas,

Tornei-me papel em branco,

Sem linhas, sem tintas, sem textos.

Fui dor e doente,

Abastado e miserável,

Primeiro indicio, depois alvo.

Emparedado, sem horizonte,

Verticalizei ao erguer o olhar,

Até enxergar focos de luz.

Arfando, sôfrego, indeciso e lerdo,

Contornei as próximas esquinas,

Até que dei de cara com a saída.

Estancada, a vida pegou no tranco.

E do final daquilo que seria o fim,

Despontou o início do recomeço.

Daquele foco de luz, surgiram contextos,

Apareceram tintas, letras sobrevieram,

Palavras têm se formado; acenam-se os textos.

por Magno Ribeiro em 1/7/2009 às 20h33min.

MAGNO RIBEIRO
Enviado por MAGNO RIBEIRO em 02/07/2009
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