MÃO CHEIA
Meu primeiro grande marco foi uma mão cheia. Cinco anos. Na festa de aniversário, circulava importante com a projeção do mundo inteiro ao alcance da mão completa.
Quantos cinco anos?
Ontem minha filha fez sua primeira década. Duas mãos cheias. Barbarella sorri satisfeita com suas realizações no continente infantil, mas o mundo ainda é algo distante, a ser compreendido (ou não?) entre as psicopatias de uma sociedade retratada em notícias absurdas e o vigor dos sonhos pueris narrados com a inocência e harmonia dos infantes.
Aqueço-me com o calor do sorriso representado na sombra da pequena mão estendida em frente à face, sinto ainda os movimentos de Barbarella no ventre...