Pscica
Uma noite de nove demarco de oitenta e novembro
Pscica
(ou, uma máquina na cabeça)
“Come agora o prato saboroso
E do ínfimo prazer roubado .
Ostenta o orgulho de bárbaro,
Conquistador e violento!”
JON IKSYS
Namora ela feliz à luz da barba branca
da envelhecida arvore
e esquecendo que lhe esperam
à beira do pensamento único
da aldeia ‘rebuliça’,
finge tristeza para novos carinhos
em seus cabelos receber.
Tarda o que morre!
Tarda o que de loucura
nutre-se, feroz!
Tarda o que morre! Tarda!
Enfim, encontra o que procura
e em nova felicidade
- com tanto esforço conseguida –
berra, alegrão:
- Tonta, tonta! Eu te esperei
para que me dissesses bobo,
e agora eu sei.
Devoro teu ultimo suspiro
e torno-te uma só!
A mulherzinha é aquela
que em tardes inteiras
o esperou, tranqüila,
por saber que não falharias.
Uma pequena mulher
que aprendeu a chorar sempre depois.
Depois que você ia embora.
A cabeça possui uma máquina
que para ela trabalha.
E ela não compreende o amor.