Pscica

Uma noite de nove demarco de oitenta e novembro

Pscica

(ou, uma máquina na cabeça)

“Come agora o prato saboroso

E do ínfimo prazer roubado .

Ostenta o orgulho de bárbaro,

Conquistador e violento!”

JON IKSYS

Namora ela feliz à luz da barba branca

da envelhecida arvore

e esquecendo que lhe esperam

à beira do pensamento único

da aldeia ‘rebuliça’,

finge tristeza para novos carinhos

em seus cabelos receber.

Tarda o que morre!

Tarda o que de loucura

nutre-se, feroz!

Tarda o que morre! Tarda!

Enfim, encontra o que procura

e em nova felicidade

- com tanto esforço conseguida –

berra, alegrão:

- Tonta, tonta! Eu te esperei

para que me dissesses bobo,

e agora eu sei.

Devoro teu ultimo suspiro

e torno-te uma só!

A mulherzinha é aquela

que em tardes inteiras

o esperou, tranqüila,

por saber que não falharias.

Uma pequena mulher

que aprendeu a chorar sempre depois.

Depois que você ia embora.

A cabeça possui uma máquina

que para ela trabalha.

E ela não compreende o amor.

César Piscis
Enviado por César Piscis em 28/06/2009
Código do texto: T1671955
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