Nós de massa

Ser massa

Quem sabe ser acessível e legal

Populares e acessíveis

Seguimos sendo massa

Estar na mídia entre o povão

Tal qual música POP que diz o que a gente sente

Tal como líderes carismáticos

Aqueles que fazem as coisas em poucas e simples palavras

Ou muitas e inteligíveis sem uso do dicionário

As literaturas de massa

A gente é massa mesmo

Tão massa que atravessa qualquer espaço

Sejam livros ou músicas

Andamos de ônibus e também de fusca

Ouvimos de Mozart aos chamados breganejos

Atravessamos os espaços sertanejos e urbanos

Ingerimos o tido complexo e de elite

Para levá-lo simplesmente a todo mundo

Há quem nos apelide de lixo

Comparando-nos aos clássicos

Tão capazes são esses que nos apelidam

Que quase nada fazem

Amedrontados com os críticos

Apegados tanto à teoria

Vivem de analisar nós os massa

E de lerem os tidos clássicos

Configurando um tipo de intermediários

São muito eficientes mas quase nada fazem de seu

Precisam sempre citar outros entre aspas

Nós massa somos mais extrovertidos

Caminhamos com o povão

Mas sabemos muito sobre os clássicos

Estamos entre as crianças e os idosos

Dialogamos como se falássemos pessoalmente

Nosso lema é estar junto com a multidão

Para sentirmos fortes e eles também se sentirem bem conosco

Nossas rimas às vezes são pobres

Pois são humildes

Só que nós massa somos Best-sellers

Ainda temos a proeza de ir ao grammy

É querermos e estouramos com a empatia das pessoas

Somos massa e populares

Nossos intermediários nos observam de longe

Tão capazes que são

Tão cultos

Quase nada fazem

Nada

(Neire Ariadna – Todos os direitos ameaçados)