Dois
Um número... Um elemento...
As cores de um reflexivo momento.
Em matéria solta ao vento... Em discos de dias envolvidos...
Posso colher-te em versos breves... Em dois cintilantes critérios acetinados.
Um verbo... Um deslizamento...
As notas da sala de estar... A tela silenciada de uma compra em parceria.
Ouço as portas fechando... Ouço o ritmo acelerado do teu coração.
Poderia ouvir um timbre mais intenso... Em células ionizadas de um vulto matemático... Uma simples parada.
Guardaria-te na montanha... Em raízes da árvore escolhida...
Poço... olho-te em face agora... Já sou tua, em cores frias.
E o amor tem a face da alegria... Algo nas vozes que nos propõem...
Sei que o infinito corresponde ao centro... Em átomos de belos sonhos.
Ademais, volto à direção contrária... Em rodas de moinhos...
És meu cata-vento... Meu aconchego...
E as estrelas que me presenteias são os goles de um sorriso encantado... Um brilho intenso, nos olhos das noites... A palavra que diz o que o coração espera...
Em um cantinho, encontro dois... Na brincadeira de um beijo arrastado...
Dois segundos, no meu único minuto...
Meu cérebro conspirando contra a emoção... E vibro na lua cheia... Nas marés que banham o Nilo, a engenhosa criação do homem. A cultura que permeia a vida...
E os demais círculos que criamos são o vento e o sol que se manifestam.
Posso olhar-te em face, agora... E o teu toque são as minhas asas...
23:48