Ponto perdido
Angustiante paciente do crepúsculo
A aurora distante perscrutou
Tens agora mais um dia, o derradeiro
O Amanhã é um engano que aspirou
Acreditar: embriaguez empirista
Quimera, presunção decadente
É o acaso que dita tua sina, otimista.
A curva é sinuosa até para a serpente
A medicina falha, dor não arrefece
Tua veia sangra, teu pulso mente
A morfina abranda, afina o fio-morte
E viver não basta, queres a utopia
Um gozo celeste, sombra e poesia.