NUNCA MAIS...
Ah, que saudades que se têm de um bom tempo, tempo de um estouro
de boiada, impedindo atravessia em todo trecho da estrada e, também,
das moças na janela dando beijos em acenos e jogando flores aos bons
boiadeiros de comitivas, e os tropeiros, agradecidos, mostravam sorriso
tímido mas sereno nos seus rostos empoeirados.
Que saudade tamanha desse bom tempo, tempo bom que nunca mais
irá voltar, tempo de boiadeiro andante, de querência em querência,
seguindo firme seu propósito de tocar o seu berrante, no reponte com maestria do rebanho de gado, olhando a poeira que levanta e que fica,
e seu olhar se perdendo no vasio da distância infinda.
Hoje, nos tempos de agora, já não existe mais boiada para se ouvir seu estouro, intransitando as estradas.
Já não se vê mais as mocinhas dando beijos em aceno e jogando flores, com amor à flor da pele e poder desfrutá-lo com o boiadeiro em
ardentes desejos nítidos.
Bom tempo, esse, o de ser um boiadeiro, no transporte de gado,
infelizmente, hoje se transporta o gado em carretas, para o desespero de uma classe que hoje vive de saudades de seu bom tempo, tempo bom de ser boiadeiro.