CAPACIDADE
CAPACIDADE
Ninguém canta o amor nem chora a dor, como um poeta e uma poetisa. Ambos inventam sabores, odores, visões, amores.
Uma festa de sentidos e dos sentidos.
Se lhes cai na ponta do nariz uma gotinha de chuva,
lá vão eles tão felizes, cantar em prosa e versos o mar de brumas.
Sim, tem que ser o mar de brumas. É mais poético!
O brilho da lua, o velho luar, é responsável por desejos e devaneios de carnes tépidas, trêmulas, em constantes anseios.
As estrelas viram penduricalhos pra cabelos, roupas, olhares.
Nos pescoços alvos de alvas damas, se penduram, delas, aos montes, lindos colares.
O coração vira poli personagem. Ele canta, encanta, desencanta. Chora, goza, desabrocha.
Sangra, e se desmancha.
Ri, pula de alegria.
A alma então...é vilã, algoz, vítima, feroz.
Mãos e pernas desobedecem e não andam e acenam mais somente.
São coadjuvantes dormentes, indolentes e...quentes! Ai!
O olhar ultrapassa dimensões, viaja por galáxias, alcança outros mundos, só pra ele visíveis.
O desejo deixa de ser abstrato, vira concreto (armado) pesando no peito e no (baixo) ventre.
Todas (as insanas) são princesas.
E todos (os sapos) são príncipes.
Ser poeta e poetisa é uma dádiva.
Ou será um castigo. Nem sei mais.
E agora eu vou indo, já chega por hoje.
Estou com pressa pra fazer algo mais.
Vou sonhar na beira do cais.
Em Minas Gerais.