CAPACIDADE

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Ninguém canta o amor nem chora a dor, como um poeta e uma poetisa. Ambos inventam sabores, odores, visões, amores.

Uma festa de sentidos e dos sentidos.

Se lhes cai na ponta do nariz uma gotinha de chuva,

lá vão eles tão felizes, cantar em prosa e versos o mar de brumas.

Sim, tem que ser o mar de brumas. É mais poético!

O brilho da lua, o velho luar, é responsável por desejos e devaneios de carnes tépidas, trêmulas, em constantes anseios.

As estrelas viram penduricalhos pra cabelos, roupas, olhares.

Nos pescoços alvos de alvas damas, se penduram, delas, aos montes, lindos colares.

O coração vira poli personagem. Ele canta, encanta, desencanta. Chora, goza, desabrocha.

Sangra, e se desmancha.

Ri, pula de alegria.

A alma então...é vilã, algoz, vítima, feroz.

Mãos e pernas desobedecem e não andam e acenam mais somente.

São coadjuvantes dormentes, indolentes e...quentes! Ai!

O olhar ultrapassa dimensões, viaja por galáxias, alcança outros mundos, só pra ele visíveis.

O desejo deixa de ser abstrato, vira concreto (armado) pesando no peito e no (baixo) ventre.

Todas (as insanas) são princesas.

E todos (os sapos) são príncipes.

Ser poeta e poetisa é uma dádiva.

Ou será um castigo. Nem sei mais.

E agora eu vou indo, já chega por hoje.

Estou com pressa pra fazer algo mais.

Vou sonhar na beira do cais.

Em Minas Gerais.

Isabel Damasceno
Enviado por Isabel Damasceno em 25/06/2009
Reeditado em 08/06/2011
Código do texto: T1667577
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