Dois porquês do suicídio
Um dia a casa acaba caindo
Ou então alguém cai de cima dela
O povo fica pulando de prédios
Pulam lá do último andar
Achando que acham no ar um destino
Por vezes nem acham que algo vão achar
Apenas não acham saída
Preferem daí a morte à vida
E a razão exata não sei
Há dois porquês do suicídio
Um é paixão demais incorrespondida
Outro é problema pecuniário
Simplificado pelo nome de dívida
Na hora do pulo não há quem segure
Não há quem procure
Não há
O suicida se suicida quando se vê sem aprumo
Prefere morrer a seguir outro rumo
Em palavras vulgares é um burro
Se é paixão incorrespondida
Pode ser substituída
Se é dívida grande
Pode ser paga com juros
É tudo negociação
Esqueci de outra causa
Aquela do indivíduo que se odeia
Aconselho que arrume outro e ame
Seja um cachorro ou outro animal que seja
Muito a gente tem que deixar rolar
Rir bastante se algo vai mal
Pois pode melhorar ou destroçar de vez
Rir do que vai bem
Que pode ir beníssimo
A vida vale demais e mais
Se a casa está ruindo
Não caia de cima dela
Deixe a casa
C
A
I
R
(Neire Ariadna – Todos os direitos ultrajados : )