Meus poemas nascem assim.
As palavras que escolhi  ponho-as de molho na
véspera.  No dia seguinte junto a elas um
punhado de desencantos, tristezas, rancor,
raiva, choro, desgosto, saudade, sofrimento,
gritos, porque essas não precisaram decantar 
Já aconteceram . Já as vivi.

No dia após, começo finalmente meu poema.
Dou uma misturada nas palavras que ficaram
decantando a noite toda com esses sentimentos
acontecidos  e por segundos os acalento na água
amniótica dentro de mim.

Isso posto, mãos à obra.
Sento e começo a rabiscar as palavras.
Mas o engraçado é que nesse instante você
liga. Me chama. Diz que me ama.
E sempre acabo escrevendo um poema  dife-
rente do que queria compor.
 Acabo rabiscando um novo final.
ysabella
Enviado por ysabella em 22/06/2009
Reeditado em 22/06/2009
Código do texto: T1661263
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