Fascina-me a inocência

Fascina-me a inocência, não a das crianças

Que são inocentes por ignorância

Fascina-me o sorriso no rosto de um estranho

A cumprimentar-me em uma estrada desconhecida

Também a boa vontade de homens rudes

Daquelas almas que não perderam o dom

De ser verdadeiros...

Do vizinho que empresta sabendo que

Não haverá reciprocidade.

Fascina-me a poesia do pescador, que vai ao mar

E quando volta sem peixes, não se desespera

E diz sem enfado que, amanhã o mar lhe será generoso

Fascina-me a pureza da prostituta, que vende seu corpo

Para pagar seus estudos, com intuito de no futuro

Se tornar mulher de um homem só e mãe de muitos filhos

Fascina-me a virilidade do espírito que buscar com afinco

Alcançar a saída do seu labirinto e viver aqui mesmo na terra

Enquanto fariseus hipócritas guiam homens como cegos

Para um abismo, que eles deram o nome de céu dos humildes.

Fascina-me, sobremodo perceber que homens

Dedicam suas vidas para que outros apreendam

A enxergar o que há de bom no mundo e nos livros.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 21/06/2009
Reeditado em 23/06/2009
Código do texto: T1660058