Anadómene.
Cheia de graça chego às alturas bailando nua pelo céu.
Sou a estrela mais forte!
A que intimida a lua em seu dourado carrossel.
Carrego no seio a nascente de um rio a desaguar no tempo que me conduz!
Meu cantar despersa a madrugada
E abraça a aurora que chega na garupa de um raio breve açoitando o o sol que ardendo, vomita luz!
Minha força retém às rédeas do mar fazendo-o recuar no espaço,
E, dançando, vou alvoroçando a crina das ondas que rompem o laço
E explodem em espumas... Delas, renasço!
Sou o amor que buscas no infinito!
A musa mais amada!
Sou o mito!
A poesia sem limite e por mais que me evites sou a louca sedução...
Como, um manto leve, agasalho teus sonhos,
Pois deles me decomponho.
Sou tudo isso e mais!
A rosa amante que em ti reside!
Acredite,
Pois sou teu bem querer
Sou teu gozo, teu padecer...
Tua Afrodite!
Marisa Rosa Cabral.