Complicar o que é fácil

Como um amigo meu costuma dizer várias vezes, sentimos prazer em complicar o que é fácil.

Passamos a vida tentando arrumar um sentido para a mesma como se isso fosse realmente uma desculpa para sofrermos, passamos a vida a procurar esquecer o que sentimos unicamente porque alguém nos falou uma vez que sentir isso não era o certo, complicamos, complicamos os sentimentos e depois arrumamos justificativas e bodes expiatórios para as nossas atitudes, seria tão mais fácil, mas oposto à condição de humano, deixar as coisas fluírem conforme o que de fato sentimos, não em conformidade ao que nos falam que devemos sentir.

Buscamos desculpas por o mundo não ser conforme à justiça, por injustamente sermos atormentados a cada desilusão, mas na verdade queremos sofrer, pois corremos em oposição ao que sentimos, complicamos.

Pensamos na morte, mas não refletimos como ela é terminal, como se a morte tivesse possibilidade de fazer esquecer a dor. Sentimos ódio, mas não refletimos como ele nos pode desgastar e tornar vazios, e tudo isto porque complicamos.

Porque não, por uma única vez, deixar o pavor, o raciocínio, a complexidade e ser simples, deixar o coração falar mesmo que dele só se note um bater apressado, deixar as mãos tocar mesmo que só nos pareçam estremecer, deixar os olhos sorrirem mesmo que deles unicamente pareça que vertem lágrimas.

Na simplicidade dos pequenos gestos, das pequenas coisas mora a beleza.

A vida é simples, por que complicá-la?

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 18/06/2009
Código do texto: T1655386
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