Vácuo

No vácuo, na falta de som

De luz, de poesia,

No caos da antimatéria

No infinito querer, jaz a ilusão:

Um pensamento morto

Uma discussão, a retórica

A dialética socrático-aristotélica

A coisa em si Kantesca (Kant)

Metafísica antipoética de Pessoa

A natureza viva de Cabral de Melo

O discurso sistemático cartesiano

O enfado amoroso kierkegaardiano

A impossibilidade da “república”

A ineficácia da “política”

O fracasso didático de Foucault

O erro freudiano, o sonho de Jung

O desejo superado de Lacan.

No vácuo, onde outrora estava o saber

Nada habita, sumiu a consciência

Só a falta de ar como indulgência

O temor de perceber que tudo,

Tudo é vácuo, percepção niilista

Representação, angústia Sartreana

Depressão, abismo, Schopenhauer.

O anarquismo, desgoverno, Proudhon

Sem coerção mental, pensamento avulso.

Foge-me a organização de Marx

“As massas” não se unem

Não há revolução... Nem salvação.

Morte à metafísica, lógica sem ação.

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Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 15/06/2009
Reeditado em 15/06/2009
Código do texto: T1650643