Caixinhas

Cada caixinha que eu abro tem lá no interior mais dez.

E cada uma delas me entusiasma mais do que a que vem antes.

Será que devia me inquietar com o que vou achar na última? Quando todas as outras estiverem enjeitadas à luz da minha secura?

Deveria?

Hoje não, ao menos.

Hoje não há invisíveis, hoje não existe o centro da sala nem a crítica. Hoje existe o sorriso amarelo que não o é. Há o sorriso de quem se esconde, os olhos de quem indaga.

Hoje existem preferências.

E há bolo de fubá com chá mate.

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 14/06/2009
Código do texto: T1648426
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.