TRIBUTO
Andando por longa estrada
Sem ao menos uma parada
Só e sem companhia de namorada
Anda aquele que traz consigo apenas a lembrança.
Andando quilômetros afinco
Sem presença de um amigo
Anda aquele
Pensativo e um nó na garganta.
Invadindo noite adentro
Nada, obstáculo que seja
Desperta àquele que anda
Saudade dos tempos idos
Andando noite que se aproxima
À frente apenas a estrada
Lembra de repente
Uma tia velha e esquecida
Que a ele ensinou
Não toda a vida
Mas a não zombar da vida alheia
Que a muitos é oferecida
Poucos que são
Não retribuem
Logo são esquecidos.
Andando por longa estrada
Tudo chega e vai
Uma canção, um verso
Nada permanece
Como o vento que passa e não fica
Assim são as palavras,
As canções, os versos...
E quem sabe
Do subsolo de cada um
Nasça
Versos e canções ou
Como queira o autor
Apenas pensamentos
Que podem não ter
A grandeza de Dostoievski
A profundidade de Pessoa
Ou ainda
Se o enredo nem lembra
Um Dante
Ah senhores!
ETA!
Abandona a formalidade
Permita que a alma sertaneja invada
E apeiado do cavalo da emoção
Vá e deixe ir
À estrada sonhadores que são
Não só os poetas
Mas àquele que se tributa
Nossos credores da emoção