TRIBUTO

Andando por longa estrada

Sem ao menos uma parada

Só e sem companhia de namorada

Anda aquele que traz consigo apenas a lembrança.

Andando quilômetros afinco

Sem presença de um amigo

Anda aquele

Pensativo e um nó na garganta.

Invadindo noite adentro

Nada, obstáculo que seja

Desperta àquele que anda

Saudade dos tempos idos

Andando noite que se aproxima

À frente apenas a estrada

Lembra de repente

Uma tia velha e esquecida

Que a ele ensinou

Não toda a vida

Mas a não zombar da vida alheia

Que a muitos é oferecida

Poucos que são

Não retribuem

Logo são esquecidos.

Andando por longa estrada

Tudo chega e vai

Uma canção, um verso

Nada permanece

Como o vento que passa e não fica

Assim são as palavras,

As canções, os versos...

E quem sabe

Do subsolo de cada um

Nasça

Versos e canções ou

Como queira o autor

Apenas pensamentos

Que podem não ter

A grandeza de Dostoievski

A profundidade de Pessoa

Ou ainda

Se o enredo nem lembra

Um Dante

Ah senhores!

ETA!

Abandona a formalidade

Permita que a alma sertaneja invada

E apeiado do cavalo da emoção

Vá e deixe ir

À estrada sonhadores que são

Não só os poetas

Mas àquele que se tributa

Nossos credores da emoção

silvio lima
Enviado por silvio lima em 12/06/2009
Reeditado em 12/06/2009
Código do texto: T1644562
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