Que as palavras penetrem
Que as palavras penetrem
O segredo é desafiar os medos
Para que sejam divulgados segredos
Arrebatando as hipocrisias arraigadas na mente
Porque o que se chama de concreto é boato
No sentido de provir do que se taxa de abstrato
As fábricas e as casas com ruas e pontes
O papel do dinheiro e os cabelos e os pentes
Até os plásticos e o cristal e o ouro
Isso tudo é inferior aos sentimentos e vontades
A alma das coisas é a vontade à vontade
Vontade de fazer e de poder e de ter
E isso impulsiona descobrimentos em vastas áreas
Num momento de fome em que se rangem os dentes
Qualquer um age sem peias para se alimentar
E a agressividade supera o nome e a etiqueta
É nas horas de conflitos grandes que se conhece um homem
Eis que os aspectos de civilização cedem lugar
Aos instintos que vibram nos poros
Esses instintos que são parentes da espontaneidade
Muita gente perde por não ser sincera
Morre de vontade de dizer que ama
Mas vive com medo enquanto espera
Pega número de telefone e nunca liga
Escreve mundos e fundos mas nem remete
O segredo de uma grande vitória
São pequenas vitórias de cada dia
Fazer o que se quer até o teto
Se for paixão que seja avassaladora
Se for amor que seja desesperado
Se forem beijos que rasguem os lábios
O trabalho que inspire e transpire satisfação
As palavras que penetrem e engravidem
E que corrompam os segredos tolos
Que a demência tempere o que se chama de correto
Para que o abstrato supere e encontre o concreto
Para que as mensagens sejam mais que léxico
E a entonação suplante e elimine rimas e pontos
(Neire Ariadna. Todos os direitos plagiados.)