Se: Conjunção Condicional do Amar.
E Se amar como o amanhã não existisse não seja necessário?
E se não houver pessoas a quem amar mesmo que o amanhã exista.
E se o discurso não for lugar de confronto entre língua e ideologia e falar de amor em condições de ódio seja loucura.
E se olhares rondarem nossa calma e sirenes invadirem nossos sonos.
E se leis adjudicarem que amor é direito nulo a qualquer sujeito.
E se projéteis quebrarem nossas vidraças, atravessarem nossas casas e levarem nossos anos.
E se corpos caírem do ar, e a ausência trouxer o amor até então não notado.
E se nomes de santo não forjarem homens de paz.
E se falar a língua do outro seja pouco pra comunicar o amor.
E se territórios sumirem, vultos levarem nossos valores e nada seja feito para calar o pranto.
E se sozinho estiver em meio à multidão e gritar em meio ao caos não valha a pena.
E se questionar seja apenas o necessário para que amar seja regra onde é exceção.
E quando amar não seja condicionado ao “se” e independa da determinação do sujeito.
E se o amor, em condicional posição, se perca na dependência de condições propícias.
E quando condicionais não existirem e justificativas para o ódio não sejam encontradas, será que amaremos enfim.