SURPRESA!!!!

Era uma festa de amigos,
faziam isso quase sempre,
desta vez foram umas vinte pessoas,
combinaram fazer feijoada,
ao telefone ela reclamava,
que pena que não vem, você não vai provar?
Amor vai ficar uma delicia.

Feijoada, minha comida preferida, pensou Sérgio...
Mas não falou nada.

Dia seguinte, comprou passagem aérea,
Vôo marcado para as 10:00h. ainda
lembrou  de ter telefonado cedo pra desejar
bom dia como era de costume. 

Falaram-se, riram um bocado,
ela disse daqui a pouco a casa
vai estar cheia, combinaram
que ela telefonaria a noite e
se despediram.

Sérgio chegou um pouco mais do que o meio dia,
pegou um táxi, parou em frente a sua casa,
ao sair do carro, pode sentir o cheirinho gostoso
do feijão no fogo, um falatório, muitas risadas.

Tocou a campainha,
alguém que não  o conhecia veio atender,
O que o senhor deseja?
Perguntou a moça.
Por favor, diga pra Nina que o Sérgio está aqui.

Foi uma correria só, o que era falatório,
fez-se silencio e povo todo se espremendo
na porta da sala, para ver o Sérgio que chegava.

E chegou!  Chegou como de sempre,
com tranqüilidade, um buquê de flores nos braços,
um sorriso maroto, com beijo gostoso, um abraço apertado,
e com vontades de garoto!!!

Sem dúvida isso deixou a moça sem jeito,
tremendo dos pés a cabeça porem, 
alegre e feliz de mais da conta!!!

Nos primeiros vinte minutos,
Sérgio nem pode falar nada, eram olhares, risinhos,
todos querendo falar com ele,
todos querendo descobrir o segredo.

Como foi?
 O que teria  feito, pra deixar a moça daquele jeito.
Mas ninguém se habilitava a apertar o gatilho,
e ficavam perguntando de tudo,
menos daquilo que estavam mais curiosos,
até que um amigo da Nina, o Duílio, 
meio que sem graça, disparou.

E aí, conta pra gente, o que você fez
com a minha amiga, pra ela ficar assim?

Sérgio percebendo o incômodo da pergunta,
esperou uma oportunidade, depois do almoço,
aproveitou um certo silencio e disse:
Olha só pessoal, foi tudo muito bom,
a feijoada estava ótima, talvez a melhor que
comi até o momento, vocês todos muito gentis,
muito alegres e falam mesmo muita bobagem,
bem assim, como a Nina disse-me um dia.

Mas agora, por favor, chegou à hora,
de matarmos a nossas saudades,
que vocês sabem bem, não são pequenas.

Logo um engraçadinho comentou...
Mas olha só, isso depois de uma feijoada, faz um mal...

Todos riram muito e ficaram esperando a reação do moço,
foi aí, que pode explicar pra rapaziada,
que nessas horas, é que ele, um senhor quase meio século,
ficava ainda mais guloso...
E que pra um amor tão grande como o deles,
nem caipirinha nem feijoada, 
amolecia as suas vontades!!!

Outro breve silencio se fez, e o mesmo engraçadinho,
fez-se ouvir dizendo: Ah! Então está tudo explicado!
E todos riram outra vez.

Foi mesmo uma feijoada, pra ninguém botar defeito!






Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 27/05/2006
Reeditado em 27/05/2006
Código do texto: T164283
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