DIVAGAÇÕES NOTURNAS II
Apavorada com a noite que chega,
Chega junto dela a dúvida:
Ser mulher ou esposa?
Saber se o outro retorna,
Como de sempre,
Sempre, também, causa-lhe surpresas.
Um dia quer amor,
Noutro, apenas TV
E como não tem o dom da adivinhação,
Fica na mortal cisma..... o que fazer?
Sabe, porém, que é mulher,
Sabe, todavia, que é fêmea,
Sabe, e por isso lamenta, que não...
Não pode desdizer,
E nessa sina,
Igual a de tantas Marias, Claras e Reginas,
Dribla o que seria uma sina nordestina,
E numa cama sem os luxos a poucos destinados,
Adormece e sonha,
E de sobressalto levanta,
Defronte ao espelho sorri,
As mãos ao céu aponta,
Era feliz, amada, decidida e não quer partir,
Tudo em sonho sonhou,
Igual a tantas Marias, Claras e Reginas
Pena que despertou.