Acaso
Aceite essa rosa amada minha; nela acredite,
Terás os desejos mais escondidos, qual os papiros e órgãos nos canopos egípcios.
No crepúsculo da minha alma,
Antevejo meus dias findos de uma vida atribulada pelo amor excessivo.
Gritas ofensas se assim lhe faz grandiosa, qual Roma outrora fora
Mas, por favor, não mintas,
Não faças da tua arrogância, grife cara aos meus olhos.
Leio Pessoa e não entendo bulhufas.
Nietzsche me torna mais espiritual,
E da sopa que cozinha, logo após, quem sabe, trufas ou mingal?
Por quê?
É a grande pergunta.
Aceite essa rosa amada minha,
Aceite-a como paga por teres cruzado meu caminho,
Coincidência, dirão alguns, destino, outros.
Não importa.
O que conta é que no crepúsculo da minha alma,
Por mínimo que seja, você esteve presente,
E estando presente ontem, agora, e quem sabe, amanhã,
Fecho os olhos e durmo tranquilamente.