Quatro Estações
Aos seus olhos lá dentro dos meus
Eu me rendo
E se juras não me magoar
Eu me entrego
E sorrindo acalanta meu medo de amar
Se enganando me diz do amor conhecer
Generoso derrama em minha boca
Mar e céu de prazer
Primavera em cores no amor
Réu confesso
Na promessa do melhor de mim
Me liberto
E me deita em flores desejos que eu concebi
Já nem quero lembrar que chorei
Vivo um sonho feliz
Que eu reinventei
Em sua pele que cheira a verão
Entorpeço
Do meu medo antigo de amar
Eu me esqueço
E me deixo levar sem em ais mais pensar
Não me importo, não quero saber
Minha alma volúvel
Quer perder-me em viver
Vem o outono varrendo o caminho
Corre o tempo
Tristes olhos de folhas caídas
Sinto um vento
Sutilezas amargas lançadas ao ar
Percebemos ao longe o tudo a perder
A distância que chega e invade
Com o intuito secreto de nos abater
É o inverno batendo na porta
Frio intenso
Encontrar os seus olhos perdidos
Eu nem tento
E tateio o inútil do quanto sonhei
O vazio das promessas de amor que me fez
Já vivi muitas vidas em que tanto sofri
Com licença, recuso, eu não quero outra vez
Me permito um medo antigo
Com intento
Se pensou que eu iria morrer
Rio dentro
Esqueceu que eu já morri de amor por querer
E conheço de cor os descaminhos que vem
Nesse jogo de cartas marcadas
Tenho tudo que sei e você nada tem
Pobres olhos perdidos de amar
Chegue perto
Sempre o tempo desbota as paixões
Fique certo
Me despeço, pois, já vejo que seus olhos atormento
Mas aprendi a ter fé e esperança no recomeçar
Já creio que a dor é apenas um momento
Desse amor incansável que insiste em voltar
Tingindo de sonhos um feliz novo tempo
Num ciclo constante, eterno ressuscitar
A culpa é dessa alma errante que precisa florescer
Queimar-se ao sol ardente
Voar solta ao vento
E morrer.