Interrogação

Em pontos de um relâmpago anunciado, está o versejar...
Uma interrogação ao chão: O que tens de tão concreto?...
Ele nem sabe o pobre coitado... Segue firme o contorno que o delineia...
O chão... É assim... O pisar é que muda a direção...
E por falar em retas e curvas... Tenho nas mãos a conclusão:
A estrada sempre norteia... O pulsar de um corpo em movimento... Coração!
Tão contraditório o dito!! Vou por outro rumo, então...

Perguntei, ao verbo certo, como fora o acontecido...
Recebi em finais de "erres", cada sílaba adormecida...
Nem sei ao certo o que ele disse... Só senti a boca salivar...
Ai! Que bom é amar!

Em risos soltos... Nas mãos que tocam... Nos adjetivos, sem solidão!
As exclamações com ciúmes...
Os versos sem precisão...
O ponto final sumiu... Foi para outra direção...

E por falar em direção... O texto tem reforço... Poeira, apenas a do giz...
E a vida corrompe a lógica... Entra fundo... Tão dialógica!

Em frases mais amplas... Em som mais bonito... Posso olhar-te de fato...
Posso corromper o mito...

Ai!... Posso saborear-te... Com gosto de chocolate...
E os verbos, soltos ao vento, dizem, em infinitivos, que o amor vale à pena no deslizar no papel seleto... Infinito.


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