Diga-lhe amor...
Então façamos assim amor:
Diga-lhe que não poderei voltar,
Que há tantos medos que me assolam,
E que portanto, não há sinto ao sofrer,
Bem o sabes há muitos que de amor, padecem.
Diga-lhe que as ondas da praia nostalgia,
Onde muitos acometidos de amor, morrem,
Molham, gelam, mas tornam, tornam
Para d'onde em um certo tempo partiram.
Diga-lhe se puderes, que nada escrevo
Fruto de uma recordação pungente, volúvel,
Que palavras nem sempre nascem do peito,
Há muitos que acometidos de amor, morrem,
Sem nada escrever, sofrer ou sentir...
Diga-lhe, encarecidamente peco-te amor,
Que sim! Ainda há em meu peito um canto triste,
como veleiro recostado, jazido de esquecimento
Em um porto avelhantado, ao ermo.
Há muitos que acometidos de amor, morrem...
No peito ainda há um coração curtido,
Mas nada, saiba, simplismente nada,
De ti, da amada que deixaste morrer espero.
Decerto...
Há muitos que acometidos de amor, morrem.