Os filhos que pari.
Estou em processo de amadurecimento
Toda noz precisa ser colhida... Para se dá à luz
Faz-se necessário antes ficar prenhe.
Minha poesia, não é maior nem menor
É apenas minha poesia... Como são meus os filhos
Que produzi... Os filhos, porém, não são apenas meus
Eles precisaram de uma mãe para vir ao mundo.
A poesia que hoje faço não possui genitora
Sou pai e mãe dos meus filhos deficientes
Alguns hes faltam as pernas, outros os braços.
Há aqueles que não enxergam muito bem
Mas amo a cada um dos meus filhos feios
Arranquei-os das minhas entranhas
Não para que eles pudessem mudar o mundo
Mas com um intuito de por meio deles
Suportar a natureza humana
Por eles morri, para que vivessem.
Meu espírito de poeta é como uma mãe
Que tira da sua boca o único pão
Para alimentar os filhos que pariu.
Por isso persisto num oficio delinqüente.