Os filhos que pari.

Estou em processo de amadurecimento

Toda noz precisa ser colhida... Para se dá à luz

Faz-se necessário antes ficar prenhe.

Minha poesia, não é maior nem menor

É apenas minha poesia... Como são meus os filhos

Que produzi... Os filhos, porém, não são apenas meus

Eles precisaram de uma mãe para vir ao mundo.

A poesia que hoje faço não possui genitora

Sou pai e mãe dos meus filhos deficientes

Alguns hes faltam as pernas, outros os braços.

Há aqueles que não enxergam muito bem

Mas amo a cada um dos meus filhos feios

Arranquei-os das minhas entranhas

Não para que eles pudessem mudar o mundo

Mas com um intuito de por meio deles

Suportar a natureza humana

Por eles morri, para que vivessem.

Meu espírito de poeta é como uma mãe

Que tira da sua boca o único pão

Para alimentar os filhos que pariu.

Por isso persisto num oficio delinqüente.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 29/05/2009
Código do texto: T1621009