SEM PEDRAS NA ENGRENAGEM
Do alto da colina
Te esperei
Sabia que vinhas, sabia…
Pedras se atravessaram no nosso caminho
Impedindo-nos de seguir viagem
Há muito iniciada.
Foram areias
Pedras na engrenagem
Que eu sabia
Tinha a certeza
Que mais tarde ou mais cedo
Seriam retiradas
E aí, continuaríamos a nossa viagem
Lado a lado, buscando o nosso horizonte.
Alguns ventos sopraram de outras paragens
Tentando arrastar-me
Me levar nas suas asas
Sem rumo, ou direcção.
Por alguns instantes
Deixei-me levar
Em voo incerto
Em direcção indefinida
Todavia
Não eram esses rumos
Essas paragens
Que procurava
Voei em turbilhão ciclónico
Onde a inquietude e a indefinição
Insistiam e persistiam.
Mas a tua luz
A bússola orientadora
Do teu amor
A força da tua paixão
A vontade enorme do teu querer
Que me fez de novo ver a estrada
De onde já tinha perdido o rumo
A direcção.
Então juntos
Retomamos a nossa caminhada
A nossa viagem
Sem equívocos
Sem barreiras
Sem pedras na engrenagem.
Mário Margaride