MANHÃS ANTIGAS
Relembro manhãs antigas em que o sol entrava, sem entraves de cortinas, no silêncio do meu quarto...
Havia tanta música no silêncio desse tempo, tanta paz, tanta harmonia!...
Era o cuco, ao longe, a anunciar que "a fim do mundo" não viria entre Março e Abril...
Os chilreios pendurados nas árvores vizinhas, a ensaiar sinfonias de Verão...
O ronronar dos atomizadores, ao longe, na árdua profilaxia dos míldios...
O zunir pachorrento de uma mosca, em acrobáticos voos de rotina...
Um chamamento, ao longe, da janela para a vinha em frente, musicado pelas ondas da distância quieta, cristalina...
O suspirar doce das rosas, em perfumada agonia, na jarra sobre a cómoda...
E o barulho mudo das partículas pacíficas, mansas, da poeira caseira, a bailar evidências fugazes, suspensas na ribalta de um feixe de sol...
Relembro o silêncio antigo do meu quarto e lembro, de fresco, de agora: a paz não é feita de silêncio puro... mas do silêncio inocente dos sons que já não há...
Relembro manhãs antigas em que o sol entrava, sem entraves de cortinas, no silêncio do meu quarto...
Havia tanta música no silêncio desse tempo, tanta paz, tanta harmonia!...
Era o cuco, ao longe, a anunciar que "a fim do mundo" não viria entre Março e Abril...
Os chilreios pendurados nas árvores vizinhas, a ensaiar sinfonias de Verão...
O ronronar dos atomizadores, ao longe, na árdua profilaxia dos míldios...
O zunir pachorrento de uma mosca, em acrobáticos voos de rotina...
Um chamamento, ao longe, da janela para a vinha em frente, musicado pelas ondas da distância quieta, cristalina...
O suspirar doce das rosas, em perfumada agonia, na jarra sobre a cómoda...
E o barulho mudo das partículas pacíficas, mansas, da poeira caseira, a bailar evidências fugazes, suspensas na ribalta de um feixe de sol...
Relembro o silêncio antigo do meu quarto e lembro, de fresco, de agora: a paz não é feita de silêncio puro... mas do silêncio inocente dos sons que já não há...