CILADA
As montanhas suntuosas que os abrigam - rochas fortes, revestidas de verde sublime - elas os sufocam na vargem oculta que circundam, de ar rarefeito, rios poluídos e frutos insulsos.
Eles choram nas noites frias da vargem oculta a rogarem por cores, cheiros e sabores dos dias que reluzem por detrás das montanhas.
Querem correr sobre o dorso dos corcéis...
Flutuar sobre conchas pelos mares infindos...
Voar com borboletas nas asas dos falcões...
Querem coroar a luz do sol...
Incandescer-se como se o sol...
Enaltecer estrelas de céus e mares...
Desaguar, desencadear-se...
Antes de se fixarem na vargem oculta, não sabiam da letargia dos seus pomares sem viço, não sabiam que estar entre as montanhas
é provar das massas cruas e secreções acres do que são suas vaidades e ambições estúpidas.
Pobres infaustos! Penetraram por entre as montanhas
envolvidos na cilada da Pretensa Razão e agora não têm aos cajados da coragem para ampará-los na escalada da liberdade.