AVALANCHE
Como se avalanche de lama, transitam sobre asfaltos um aglomerado de gente urgente! A competição sôfrega e diária pelo direito de ter e estar os devora com fome ferina!
Relegados à condição de crachás, reduzem seus atos e fatos
a relógios, carteiras de trabalho, laptops, celulares, agendas,
calculadoras e aparências! Embalados no transitar do tempo,
integram-se aos poluentes das ruas, ao aço das celas dos presídios,
aos esgotos das favelas imundas, às bactérias invisíveis e nocivas
que sobrevoam hospitais!
E as esperanças de cura para a letal doença dos dias urbanos se esvaem pelos ralos das casas...