Decifrai-me...
Quero expressar todas essas coisas inexprimíveis de todos os modos mais ingênuos, mais profícuos e profundos, os modos que acalmam e aproximam de ti, que não és nem serás meu uma vez que não há posse sobre vida alheia alguma, espressá-las de maneiras diversas e fortes porque não há, não há!, na verdade, como transbordar tudo e as palavras são deveras escassas.
Contudo, com a sutileza e a intensidade natas, intrínsecas, andarei como uma de vós por sobre as ruas construídas, hei de andar por vossos caminhos postos sem o menor rancor e, mesmo que não atravesse vossos prédios, chegarei a meu destino corajosamente, serei pois a andarilha que vos intriga com ar de esfinge e não me sabereis jamais, e então vereis que há o sol ainda nos vãos das ruas e estarei muda, o meu silêncio esperado, toda expressividade espraiada pelo pulso que olha, vibra, levanta e abre as mãos ao desconhecido sem pesar.