Ritos de passagem
O que fui outrora não é o que sou agora
Foram dolorosos ritos de passagem…
Da alegria de infante à tez que denuncia frustrações tantas!
Uma tão ingênua alma de tão crédule mundo
Mas caiu a máscara do mundo revelando sua tortuosa face…Tão cedo!
Descobriste a dor e se acostumou com ela, como se fosse a única coisa de que merecia
Noites liquefeitas…Escuridão!
Ritos de passagem…
Na mocidade, aonde seu corpo grita!
Aonde a mente expande numa lúcidez insana
Mas o do vigor da fina flor do cerrado que se abrira num tronco retorcido pela vida…foi quebrantado…
Inebriada num empolgante extase das descobertas nem notou…
Um certo Jardineiro que se encantou com suas pétalas e pelo perfume que saia delas
Se encantou também com as solícitas ervas daninhas…Com as camélias…
E num golpe final, se encatou com a tão ligeira dama da noite…
Flor do cerrado seu mel novo e suave fora extirpado friamente!
Jardineiro mal, fique guardado num tempo bem longe…longe de mim!
Distante…Onde nem meus pensamentos possam te alcançar!
Ritos de passagem…
Fruta madura do pequizeiro, seu cheiro forte e decidido resplandece por onde passa
Deixa marcas profundas em quem te conhece
Néctar amarelo de pungente presença…Recobre espinhos tantos que o mundo lhe cravou
Vai longe no seu caminho em busca de repouso para o seu coração
A cada passo esta mas próxima para o próximo rito de passagem…
Em que a vida te cravará mais espinho escondido ou…te retirará um dos tantos que tens!
Enfim…No meio da Via Ápia da vida, como sem interesse um certo moço apareceu…
Apaixonado unicamente por uma so flor do cerrado
Com tão cálido amor…Me deste todo o seu coração!
Nas noites do sertão…Com todo carinho que sonhei um dia…Tu me ofereceste!
As noites se fizeram agora estreladas…Um mundo pontilhado de possibilidades!
É a força desse amor que me prende a você!
Meu mel silvestre derrama de todo meu ser únicamente para ti!
Eu sei que é mais um rito de passagem, mas esse foi o único em que eu fui…Verdadeiramente feliz!
Ritos de passagem..