Saltimbanco das Estrelas
Se é que a alma é eterna, no derradeiro dia, vou segurar o rabo do tempo, soltar minhas amarras e deixar levar... Vou ser bailarina do infinito, saltimbanco das estrelas, um pândego explorador lunar. Lá pelos anéis de saturno tornar-me poeira cósmica, gira mundo a rodopiar. Alma errante, sem destino, passaporte interestelar. E, sendo o universo da alma algo que cabe em si, já me permito contemplar: miríades de jardins com flores que nunca vi e todas a cantar*. Colher mangas num pé de vento e sonhos semear...
“Porque se chamava moço, também se chamava estrada, viagem de ventania, nem lembra se olhou prá trás ao primeiro passo...” Ah Milton... Ao derradeiro dia ei de te ouvir cantar!