Formatado olhar...

Formatado Olhar...

Preciso que me olhes almejando o que não vês

Que olhes sentindo mais que tocando

Que vejas caudaloso Rio que invade em calor.

Olha-me sem que percas o tom da minha luz

Olha-me, mas não ancora em minha pele,

Aporta no insano mar das minhas sensações.

Olha-me a fotografia e deixa que teus olhos incidam levemente em minha mansidão.

Quero teus olhos no que não aflige,

Olha o olhar que não fere, não sangra...

Peço que me olhes doando teus olhos,

Peço teu olhar indagando a minha paz.

Olha-me ao largo e em volta, mas destina o teu mais preciso ao que não tocas, não pegas...

Olha-me e desnuda os segredos insondáveis

Põe em mim teu olhar e te aprofunda

Venda em mim o que te é impossível...

Olha-me, mas fecha teus olhos então te acerca,

Ampara teu desamparo no meu desgovernado rumo...

Olha-me com vendas com mãos atadas e segue o que teus sentidos tateiam

Olha-me na escuridão e ao longe, apenas vislumbra,

E ainda assim revela minhas senhas e códigos,

Olha-me: Ambos nos damos as costas, portanto, olha-me pelo avesso.

Olha-me com olhos invasores

Inquiri-me das emoções,

Olha também argüindo,

Argumenta a imprecisão dos meus olhos

Olha-me qual decifrando sonhos,

Confunde-me, descobre-me,

Faz-me por fim confessar a mim mesma!

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 18/05/2009
Código do texto: T1600542
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