Formatado olhar...
Formatado Olhar...
Preciso que me olhes almejando o que não vês
Que olhes sentindo mais que tocando
Que vejas caudaloso Rio que invade em calor.
Olha-me sem que percas o tom da minha luz
Olha-me, mas não ancora em minha pele,
Aporta no insano mar das minhas sensações.
Olha-me a fotografia e deixa que teus olhos incidam levemente em minha mansidão.
Quero teus olhos no que não aflige,
Olha o olhar que não fere, não sangra...
Peço que me olhes doando teus olhos,
Peço teu olhar indagando a minha paz.
Olha-me ao largo e em volta, mas destina o teu mais preciso ao que não tocas, não pegas...
Olha-me e desnuda os segredos insondáveis
Põe em mim teu olhar e te aprofunda
Venda em mim o que te é impossível...
Olha-me, mas fecha teus olhos então te acerca,
Ampara teu desamparo no meu desgovernado rumo...
Olha-me com vendas com mãos atadas e segue o que teus sentidos tateiam
Olha-me na escuridão e ao longe, apenas vislumbra,
E ainda assim revela minhas senhas e códigos,
Olha-me: Ambos nos damos as costas, portanto, olha-me pelo avesso.
Olha-me com olhos invasores
Inquiri-me das emoções,
Olha também argüindo,
Argumenta a imprecisão dos meus olhos
Olha-me qual decifrando sonhos,
Confunde-me, descobre-me,
Faz-me por fim confessar a mim mesma!