Encarcerada...

Encarcerada

Bate o pesado portão num estampido...

Já não percebo a Luz,

Congela-me a escuridão...

Fizeste-me assim

Prisioneira

Refém

Aturdida

Algemada

Olhos vendados

Atada por ti.

Imobilizada em correntes, por ti...

Sangram-me os punhos

Corroem-me as dores da alma

Tornozelos dilaceram

Colocaste gigantescos cadeados na porta do meu existir...

Torturas-me

Afogas a minha liberdade

Aprazes-te com meu definhar

Cortas na carne

Castigas

Corrompes e esfacelas minha solidez

Vicias-me

Instigas-me

Arrancas por fim meus olhos

Seqüestra meu enxergar!

Não há saída...

Paralisada

Cega

Ativas-me a surdez

Exploras o meu pensar

Capturas meu raciocinar...

Sou tua vítima!

É meu carrasco, algoz...

Um fio de imprecisa razão

Denuncia...

Na dor dilacerante do amar,

Quero permanecer...

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 18/05/2009
Código do texto: T1600452
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