Encarcerada...
Encarcerada
Bate o pesado portão num estampido...
Já não percebo a Luz,
Congela-me a escuridão...
Fizeste-me assim
Prisioneira
Refém
Aturdida
Algemada
Olhos vendados
Atada por ti.
Imobilizada em correntes, por ti...
Sangram-me os punhos
Corroem-me as dores da alma
Tornozelos dilaceram
Colocaste gigantescos cadeados na porta do meu existir...
Torturas-me
Afogas a minha liberdade
Aprazes-te com meu definhar
Cortas na carne
Castigas
Corrompes e esfacelas minha solidez
Vicias-me
Instigas-me
Arrancas por fim meus olhos
Seqüestra meu enxergar!
Não há saída...
Paralisada
Cega
Ativas-me a surdez
Exploras o meu pensar
Capturas meu raciocinar...
Sou tua vítima!
É meu carrasco, algoz...
Um fio de imprecisa razão
Denuncia...
Na dor dilacerante do amar,
Quero permanecer...