Invejo
Invejo, o riso, a alegria, os sonhos dos amantes
Como quem deseja tal riso, tétrico, vil, e assim
Morrer acometido por tal estado, mórbido(como antes)
Me é tanto o querer, as vezes, (pois nem sempre o é)
Que até me esqueço, o quanto é pueril tais instantes.
Invejo, quem sabe, a ingenuidade(pois crêem piamente)
Que tal mundo há-de existir, assim como o riso perpetua
Assim não mais sinto em minh'alma(um tanto descrente)
Pois esperança é o que move corações enamorados.
Á mim foram apenas momentos, nódoa que não se anula.
(Pobres, não se ama um ser, apenas o que no peito se sente)
Invejo, as noites sonhadas, aquecidas por um ser(amado)
Um que não minta, inda que leviano diz amar(mas fica)
Que sabe o quanto é mais que um querer tal amar
E não se perde dentro de tudo que com juras plantou.
Tal viver invejo, mas inda que invejoso me indago:
Duraria toda vida os atos que tal amar implica?
Não sei, desconheço o demente que o inventou.