Invejo

Invejo, o riso, a alegria, os sonhos dos amantes

Como quem deseja tal riso, tétrico, vil, e assim

Morrer acometido por tal estado, mórbido(como antes)

Me é tanto o querer, as vezes, (pois nem sempre o é)

Que até me esqueço, o quanto é pueril tais instantes.

Invejo, quem sabe, a ingenuidade(pois crêem piamente)

Que tal mundo há-de existir, assim como o riso perpetua

Assim não mais sinto em minh'alma(um tanto descrente)

Pois esperança é o que move corações enamorados.

Á mim foram apenas momentos, nódoa que não se anula.

(Pobres, não se ama um ser, apenas o que no peito se sente)

Invejo, as noites sonhadas, aquecidas por um ser(amado)

Um que não minta, inda que leviano diz amar(mas fica)

Que sabe o quanto é mais que um querer tal amar

E não se perde dentro de tudo que com juras plantou.

Tal viver invejo, mas inda que invejoso me indago:

Duraria toda vida os atos que tal amar implica?

Não sei, desconheço o demente que o inventou.

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 17/05/2009
Reeditado em 18/05/2009
Código do texto: T1599820