{Os terrenos...}
Os terrenos continuam apinhados de rosa amarelo aboborando o dia, muitas mangas imploram com seu cheiro para que. Olho, procuro, colho na grama verdíssima vários pontos ros'amarelo e outros nos galhos-de-mãos-estendidas, balançam-se ao vento acenando-me, estendo a mão de unhas curtas feitas só de transparências, sento no meio fio, dou a primeira mordida com um céu de ânsia na boca.
Leve macieza suculenta, madureza toda contida num instante... Como com casca e carne e suco e tudo e o mundo escorrendo por entre os dedos, queixo, pescoço... eu engolindo a fruta e o mundo me engolindo a mim fruto por dentro. Doçura tanta que chego a empinar sobrancelhas, pálpebras forçam fechar... eu resisto, mas meu globo gira, tudo vira dentro da vida afora, fico zonza dentro de mim. Fome, quanta fome! Eu quisera engolir o Mundo.